quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Fácil falar...


Sempre fui muito otimista! Costumo dizer até hoje, que tudo na vida tem seu lado bom. Esses dias meu sobrinho de 11 anos perguntou-me qual o lado bom de pisar no côco... Ah, claro que tem, os minutos que vc perde, limpando seu pé num matinho pelas esquinas, com certeza foi uma maneira de vc ter se livrado de um assalto, um caminhão poderia ter te atropelado... Afinal, é assim que Deus age, não fazendo alarde das suas livrações. Ele pensou por um segundo, me mandou outra: E qual o lado bom de ser atropelado por um caminhão, ja que você não pisou no côco? ...Também tem, oras. Se você morrer, não precisará mais se preocupar com as contas, com os problemas, enfim, dependendo do seu ponto de vista, você pode tornar um fato que te aborreceria, em algo bom.
Conversava com as pessoas e o mal que mais foi evoluindo principalmente entre as mulheres, foi DEPRESSÃO. Muitas delas não havia nenhum fator aparente que desencadeasse esse processo.
Ah, eu e minhas filosofias... Depressão é um espaço vazio a ser preenchido. Uma lacuna, seja pelo stress orgânico causado pelos hormônios da menopausa, pela perda de um amor, um ente querido. Nunca pensei em algo psicológico. Entendia o problema como algo físico mesmo. Qualquer problema no desencadear dos receptores de serotonina, ou algo mais ou menos por aí. Imaginava que a cura estava na pessoa preencher essa lacuna doando-se a uma atividade que desse prazer, desde uma leitura a um artesanato...
Um dia, de tanto querer entender ou explicar coisas que na verdade não se explicam ou se entendem, apenas acontecem, penso que Deus olhou para mim e disse: "Toda tese ou teoria precisa de uma prática... Tão... Tenha sua aula prática!"
Fiquei com uma lacuna. Um vazio. Um abismo, daqueles que até o silêncio faz eco! Se tive motivos?? A vida inteira deu-me motivos. Várias fases e processos da minha vida, me levavam para esse vazio, mas eu desviava-me.
Sempre escolhi os caminhos de pedras. Nunca o mais fácil. Por dois motivos. Os caminhos de pedras, calejariam meus pés e sigo descalça. E os caminhos de pedras, são sempre pelos rios, o que ameniza a dor, além de matar sua sede e não deixar rastros. Não sou soldado. Prefiro agir como guerreiro! Esses, vão a frente sozinhos, não deixam rastros.
Bem, estava eu agora com a prática da minha teoria, o que fazer? Tinha um vazio, uma lacuna! Alguém disse: "procure o psicólogo, não seja preconceituosa!"
Não era preconceito. Não iria procurar um médico se eu sabia exatamente o que tinha (com nome e sobrenome) e sabia também que os remédios que me receitaria eram fortes. Mas a minha certeza maior era que meu otimismo me tiraria daquele momento. Outro dia, perguntei a uma pessoa (daquelas que amamos demais) O que acontece quando vc chega ao fundo do poço? Ela me respondeu que ela é tão boba que mesmo no fundo do poço, ela continuaria cavando, consequentemente, afundando-se mais! E eu descobri que no fundo do meu poço, tenho uma mola propulsora no fundo, que dependendo da força e velocidade com que chego até a ela, ela devolve na mesma intensidade... Portanto, quanto mais forte e intensa for minha chegada ao fundo desse meu poço, minha saída será igual.
Certo que ainda tenho meus altos e baixos. Que de certa forma me fragilizei bastante, me expus mais um tanto. Mas ao menos, deixei de construir muralhas para defender-me. Não perco meu tempo. As pedras que me atiram hoje, com elas construo pontes, que me fazem chegar até o coração das pessoas que por muitas vezes estão a atirar-me as pedras. Essas, são as mais necessitadas da minha compreensão. E hoje, entendo que o lado bom de ter conhecido o VAZIO, foi saber que quantas vezes eu cair no fundo do meu poço, minha mola propulsora estará lá, e sempre sairei... Como Fênix, como explicou minha amiga De...
Força a todos. A cura está no nosso interior.
Jinhussss

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