Domingo, após o trabalho, um almoço fora com filhos e pais... Algo bem família. Pensei em escrever da importância da minha. De como sou previlegiada tambem no campo familiar. Um assunto calmo, leve, bem cara de domingo mesmo.
Mas estávamos na fila da comida ao quilo, eu tentando controlar a quantidade de batata fritas no prato da minha filha, olhei pro início da fila, na busca pela ajuda da minha mãe, ja que metade do prato da garota era de batata frita! Naquela direção, havia uma mulher na fila, ela olhou-me com um largo sorriso e me cumprimentou, até com muito entusiasmo, por sinal. Eu devolvi o aceno e o entusiasmo, mas quem não passou por isso, jogue a primeira pedra... Eu não me lembrava de onde a conhecia, quem era ela.... meu cérebro trazia-me ela remexendo na memória, mas de onde?!!! Parecia um esforço sub -humano. A única coisa que era certa é que se tratava de alguém sem muita importância, já que normalmente, nunca esqueço das pessoas que me acrescentam algo. Bom, estava segura, uma fila inteira nos separava, as mesas que estavam vazias eram poucas e distantes umas das outras, as chances de nos falarmos seria pouco e se acontecesse, até lá, com certeza eu me lembraria quem era e de onde a conhecia.
Sentamos numa mesa de canto, ela ja havia se acomodado ao fundo. Ufa, tava livre! Parei de forçar minha memória e passei a distrair-me com as historias da festa de aniversário que minha filha tinha ido na noite anterior.
Na saída, já não me lembrava mais do fato ocorrido. Paguei e logo que coloquei o pé na calçada, cruzei com uma adolescente, e ela " Oi, Tia!" (Fala sério, há algo pior que ser chamada de tia? Sentia-me aquela velhota, enrugada...)"Ai linda, assim você enfraquece a amizade, ne? Tia? Uma moçona dessa?" Rimos, e quando eu ia perguntar sobre sua mãe já que mocinha eu me lembrava, e como sempre, com muita sinceridade vos digo ,não gostava muito da mãe dela. Tinha um olhar arrogante, de superioridade, de quem tudo sabe... Uma soberba que tentava esconder numa fachada de 'falsa humildade', dei-me conta que aquela na fila era a mãe dela! E ao invés de perguntar sobre a mãe dela, na hora a unica coisa que pude fazer foi perguntar com uma espontaneidade que só eu mesmo: "Querida, que aconteceu com sua mãe??" Nossa... aquela era outra mulher!! Ela quando a conheci: saias na metade da canela, blusas rotas, cabelos presos e muito finos ressecados soltos, dois dentes escuro na arcada superior, as sombrancelhas juntavam-se a fazer uma só. Vinha sempre de tenis (tipo conga) e meia soquete, um sorriso forçado, tentando convencer que era superior a qualquer coisa terrena. A Mulher da fila: Uma calça leg, uma camiseta justa, cabelos soltos, numa mesma cor, sem um unico fio fora do lugar, dentes brancos o que fazia com que seu sorriso ficasse mais amplo, sombracelhas apenas modeladas, muito bem feita, uma rasteira nos pés com unhas muito bem feitas. Não resisti "Escuta, uma mulher só muda desse jeito, quando está apaixonada!!" Ela vinha em nossa direção, e escutou o comentario que fiz, propositadamente alto, e com um sorriso mais franco, onde não havia sinal algum do sentimento de soberba, fez questão de responder: "Não. Muito pelo contrário. Eu separei-me!"... "Fizeste bem, aliás muito bem. Não conheço com quem estava, mas desculpa lá a sinceridade, fosse quem fosse, nunca te fez bem! Foi-se tarde, pra levar embora uma mulher amargurada com ele..." Nos despedimos.
Não pude deixar de postar isso aqui. Auto-estima, é tudo. Muda nossa vida, mostra ao mundo o que trazemos por dentro.
Aquela mulher era infeliz, anos que a conhecia. Anos era daquele jeito. Quanto tempo perdido... Quanta coisa deixou de aprender para crescer como ser humano. Quanto tempo a passar valores de submissão a sua filha, que assim como eu, passou a vida a ver a mãe a esconder-se debaixo de uma casca de amargura, que chegava a agredir de forma gratuita os que estavam a sua volta.
Talvez, que sua filha tenha isso como exemplo. Que não perca sua essencia e tenha visto como nos degradamos de forma horrível em nome de coisas que por fim, nunca justificam a prisão de um verdadeiro 'eu'.
Quantas mulheres em nome de filhos, comodidade, medo, familia, dinheiro, abrem mão de si, ser elas mesmas. lembro na época da faculdade, uma moça que foi criada de forma muito pobre, e seu unico objetivo era arrumar alguem com $$. Tinha uma personalidade forte, mas uma fraqueza por dinheiro que era uma vergonha. Funcionária pública. Numa reunião de licitação, não sossegou até conseguir chamar atenção de um grande empresário... Rico, sim! Velho, dois casamentos desfeitos e seis filhos. Pior...a chava-se dono do mundo, que era rico, tudo podia. Ela não sossegou, saiu com ele, morou com ele. Fazia questão de nos procurar com a mais nova tecnica de plastica que havia feito, com o carro importado do ano, mandava cartões e fotos de todos os lugares da europa e america. Uma cobertura no jardim(bairro nobre de São Paulo). Ultima vez que a vi, estavamos num transito horrivel no centro de são Paulo, ele a ligar. Ouvi-a responder qualquer coisa e ela deligar o celular com força, a dizer "te amo, bebe"... Quando olhei pra ela, estava vermelha, não escondia a furia que descia com suas lágrimas. Olhando pra mim, disse "Ai Kátia, meu sonho é ganhar na mega sena e dar um pé na bunda desse cara que ele nunca antes recebeu! Vc acredita que quando eu falei que o transito estava horrivel aqui no centro, ele respondeu que eu deveria ter vindo com minha vassoura, não de carro... Segurei-me para não dizer que minha vassoura estava na manutenção junto com a vassoura da Bruxa da mãe dele!!"... mas pessoal, o que a impedia?? Porque não disse? Claro, eu sabia a resposta. E não fiz a pergunta, substitui por um comentario que encerrou o assunto "Amiga,tudo na vida tem um preço, o preço da sua personalidade é esse. Vendeste sua personalidade, algo que para mim não tem preço, mas cada um tem na vida o que merece."
Duas historias... Opostas, mas auto-estima não é so a aparencia, junto a isso, uma alma, uma dignidade, Essencia...
Claro que posso estar errada. Mas não pretendo mudar, a não ser que seja pra crescer, acrescentar...
Boa noite... aqueles que podem dormir em paz... Pois essa, não tem preço!
Jinhusssssssss
Mas estávamos na fila da comida ao quilo, eu tentando controlar a quantidade de batata fritas no prato da minha filha, olhei pro início da fila, na busca pela ajuda da minha mãe, ja que metade do prato da garota era de batata frita! Naquela direção, havia uma mulher na fila, ela olhou-me com um largo sorriso e me cumprimentou, até com muito entusiasmo, por sinal. Eu devolvi o aceno e o entusiasmo, mas quem não passou por isso, jogue a primeira pedra... Eu não me lembrava de onde a conhecia, quem era ela.... meu cérebro trazia-me ela remexendo na memória, mas de onde?!!! Parecia um esforço sub -humano. A única coisa que era certa é que se tratava de alguém sem muita importância, já que normalmente, nunca esqueço das pessoas que me acrescentam algo. Bom, estava segura, uma fila inteira nos separava, as mesas que estavam vazias eram poucas e distantes umas das outras, as chances de nos falarmos seria pouco e se acontecesse, até lá, com certeza eu me lembraria quem era e de onde a conhecia.
Sentamos numa mesa de canto, ela ja havia se acomodado ao fundo. Ufa, tava livre! Parei de forçar minha memória e passei a distrair-me com as historias da festa de aniversário que minha filha tinha ido na noite anterior.
Na saída, já não me lembrava mais do fato ocorrido. Paguei e logo que coloquei o pé na calçada, cruzei com uma adolescente, e ela " Oi, Tia!" (Fala sério, há algo pior que ser chamada de tia? Sentia-me aquela velhota, enrugada...)"Ai linda, assim você enfraquece a amizade, ne? Tia? Uma moçona dessa?" Rimos, e quando eu ia perguntar sobre sua mãe já que mocinha eu me lembrava, e como sempre, com muita sinceridade vos digo ,não gostava muito da mãe dela. Tinha um olhar arrogante, de superioridade, de quem tudo sabe... Uma soberba que tentava esconder numa fachada de 'falsa humildade', dei-me conta que aquela na fila era a mãe dela! E ao invés de perguntar sobre a mãe dela, na hora a unica coisa que pude fazer foi perguntar com uma espontaneidade que só eu mesmo: "Querida, que aconteceu com sua mãe??" Nossa... aquela era outra mulher!! Ela quando a conheci: saias na metade da canela, blusas rotas, cabelos presos e muito finos ressecados soltos, dois dentes escuro na arcada superior, as sombrancelhas juntavam-se a fazer uma só. Vinha sempre de tenis (tipo conga) e meia soquete, um sorriso forçado, tentando convencer que era superior a qualquer coisa terrena. A Mulher da fila: Uma calça leg, uma camiseta justa, cabelos soltos, numa mesma cor, sem um unico fio fora do lugar, dentes brancos o que fazia com que seu sorriso ficasse mais amplo, sombracelhas apenas modeladas, muito bem feita, uma rasteira nos pés com unhas muito bem feitas. Não resisti "Escuta, uma mulher só muda desse jeito, quando está apaixonada!!" Ela vinha em nossa direção, e escutou o comentario que fiz, propositadamente alto, e com um sorriso mais franco, onde não havia sinal algum do sentimento de soberba, fez questão de responder: "Não. Muito pelo contrário. Eu separei-me!"... "Fizeste bem, aliás muito bem. Não conheço com quem estava, mas desculpa lá a sinceridade, fosse quem fosse, nunca te fez bem! Foi-se tarde, pra levar embora uma mulher amargurada com ele..." Nos despedimos.
Não pude deixar de postar isso aqui. Auto-estima, é tudo. Muda nossa vida, mostra ao mundo o que trazemos por dentro.
Aquela mulher era infeliz, anos que a conhecia. Anos era daquele jeito. Quanto tempo perdido... Quanta coisa deixou de aprender para crescer como ser humano. Quanto tempo a passar valores de submissão a sua filha, que assim como eu, passou a vida a ver a mãe a esconder-se debaixo de uma casca de amargura, que chegava a agredir de forma gratuita os que estavam a sua volta.
Talvez, que sua filha tenha isso como exemplo. Que não perca sua essencia e tenha visto como nos degradamos de forma horrível em nome de coisas que por fim, nunca justificam a prisão de um verdadeiro 'eu'.
Quantas mulheres em nome de filhos, comodidade, medo, familia, dinheiro, abrem mão de si, ser elas mesmas. lembro na época da faculdade, uma moça que foi criada de forma muito pobre, e seu unico objetivo era arrumar alguem com $$. Tinha uma personalidade forte, mas uma fraqueza por dinheiro que era uma vergonha. Funcionária pública. Numa reunião de licitação, não sossegou até conseguir chamar atenção de um grande empresário... Rico, sim! Velho, dois casamentos desfeitos e seis filhos. Pior...a chava-se dono do mundo, que era rico, tudo podia. Ela não sossegou, saiu com ele, morou com ele. Fazia questão de nos procurar com a mais nova tecnica de plastica que havia feito, com o carro importado do ano, mandava cartões e fotos de todos os lugares da europa e america. Uma cobertura no jardim(bairro nobre de São Paulo). Ultima vez que a vi, estavamos num transito horrivel no centro de são Paulo, ele a ligar. Ouvi-a responder qualquer coisa e ela deligar o celular com força, a dizer "te amo, bebe"... Quando olhei pra ela, estava vermelha, não escondia a furia que descia com suas lágrimas. Olhando pra mim, disse "Ai Kátia, meu sonho é ganhar na mega sena e dar um pé na bunda desse cara que ele nunca antes recebeu! Vc acredita que quando eu falei que o transito estava horrivel aqui no centro, ele respondeu que eu deveria ter vindo com minha vassoura, não de carro... Segurei-me para não dizer que minha vassoura estava na manutenção junto com a vassoura da Bruxa da mãe dele!!"... mas pessoal, o que a impedia?? Porque não disse? Claro, eu sabia a resposta. E não fiz a pergunta, substitui por um comentario que encerrou o assunto "Amiga,tudo na vida tem um preço, o preço da sua personalidade é esse. Vendeste sua personalidade, algo que para mim não tem preço, mas cada um tem na vida o que merece."
Duas historias... Opostas, mas auto-estima não é so a aparencia, junto a isso, uma alma, uma dignidade, Essencia...
Claro que posso estar errada. Mas não pretendo mudar, a não ser que seja pra crescer, acrescentar...
Boa noite... aqueles que podem dormir em paz... Pois essa, não tem preço!
Jinhusssssssss
Nenhum comentário:
Postar um comentário