terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Discutível, porém, Infinito o amor de Deus!


Sabe aqueles dias que se conversa com alguém, e de tanto que esse alguém tem a acrescentar, faz-te lembrar de histórias que um dia ouvimos no passado e armazenamos e nem sabemos porquê? Exatamente o que aconteceu... Lembrei de uma história que ouvi há alguns anos atrás, e decidi postar aqui, dividi-la... Como costumamos dizer; "jogar na roda"... cada um que tire sua conclusão, minha intenção mesmo é escreve-la. E antes de qualquer coisa, tudo que escrevo é REAL! Vamos á ela...
Uns anos atrás, conheci uma mulher que aparentava bem mais a idade que dizia ter. Muitas e profundas rugas, num rosto que outrora, não havia dúvida, deveria ser lindo. Cabelos brancos e ombros muito arqueados... dava a impressão de carregar um peso imensurável em suas costas. Era viúva, levava consigo uma bíblia. Sentamos a conversar. Dizia como erramos tanto na presença de Deus, de como não entendemos Seu amor... Pensei que ela iria começar a evangelização, Pronto! Minha hora do almoço tava perdida!.. Mas o que veio, foi uma lição de sabedoria. Sabe, a parte mais difícil da oração do pai nosso? '...que seja feita vossa vontade...'continuou ela. Sou filha de pais muito rígidos, me criaram numa determinada denominação religiosa, onde eram missionários, e confesso que para mim nunca foi sacrifício. Adorava ensinar os menores as passagens da bíblia, cantava com gosto os louvores da igreja, fazia parte do coral. Nunca me importei quando na escola alguem zombava de mim a chamar-me de 'beatinha'.Invariavelmente, um dia eles acabavam por chamar meus pais a fazerem oração por alguem enfermo. Sempre achei que Deus me justificava. Minha adolescência foi igual. Estava a frente da escolinha dominical. Montava teatro com passagens da bíblia. Se uma criança faltasse, ia saber o que se passava. Por onde andava, semeava a palavra de Deus. Num tempo determinado por Deus, conheci aquele que viria a ser meu esposo. Meus pais sempre fizeram gosto desse casamento.O rapaz tambem pertencia a nossa igreja, e seus pais tambem serviam a Deus com prazer. Nos casamos, e em tudo Deus foi conosco. Nosso lar era uma dádiva! Não havia contenda. Nas horas de folga, faziamos visitas a asilos e creches... hospitais e sanatórios. Buscavamos 'pescar' as almas para Deus. Um dia, para completar nossa felicidade, descobri que havia o fruto desse enlace em meu ventre! Quanta benção! Como Deus é fiel! Sentia-me abençoada. Um amor tão inexplicável que tinha por aquele anjo que crescia em meu ventre. Depois de uma gravidez tranquila, em paz, nasceu o meu filho. Que belo menino! Gordo, forte... Um varão do senhor!..Não cansava-me de agradecer a Deus pela sua infinita bondade. Um dia, no culto, senti um aperto no peito. Na explanação de uma parte da bíblia o pastor falava sobre o amor de Deus com seus filhos, e perguntava se todos estavamos prontos a fazer sua vontade, respondi sem pestanejar,"SIM"...e o pastor prosseguia... E se Deus te pedisse como pediu a Abraão o filho de sua velhice em holocausto, como um teste a esse amor, você daria? Aquilo calou-me a alma. Olhei para meu filho. Mesmo conhecendo aquela passagem biblica( Gênesis 22), fiquei chocada como se fosse a primeira vez que ouvia. Sabia que Deus somente testava a obediencia do servo, mas ainda assim, arrepiei-me. Naquela noite, não dormi. Passei a noite a pedir misericórdia a Deus. 15 dias se passaram, e eu já havia esquecido o ocorrido, meu filho acordou com febre. Muito alta. Vomitava muito. Fiz uma oração e corri para o hospital. A febre chegava quase a 40 graus, o menino convulsionava! Entrei pela emergencia, mandaram-me sair e sucedeu-se uma avalanche de exames. Não via melhora... Levaram-no para a UTI pediatrica. Eu ali tremia, na expectativa dos exames. Quando finalmente, chegou o médico com o diagnostico... Meu filho estava com meningite,e do pior tipo. Percebeu a biblía nas minhas mãos e nas mãos do meu marido, e acrescentou: "Vejo que ambos tem fé, sso vai ajudá-los, pois irão precisar... ou pelo milagre ou pela consolação!"
Sentia a mão do meu esposo em meus ombros, ele a chorar e me consolar dizendo que pediria oração nos grupos da igreja, nas reuniões... eu já não ouvia, não chorava. nada sentia! levantei-me e fui ao banheiro. Lá atirei-me ao chão, deitei a cabeça no vaso, e com as mãos erguidas aos céus fiz o que jamais deveria ter feito! Disse em voz alta: "
O que adiantou te servir desde a minha meninice? Eu preguei sua palavra. Fui uma filha fiel. Falei do seu infinito amor.Levei sua palavra onde havia desespero. Nunca desviei-me pra esquerda ou pra direita. Sempre segui seu caminho em retidão. Não posso aceitar. Não posso aceitar que por servi-lo sou castigada. Nunca acreditei na palavra do homem. Sempre soube que sua era a palavra verdadeira, pois nesse momento, digo...que se as palavras daquele médico se concretizarem, eu nunca mais falarei em teu nome. Nunca mais seguirei seu caminho. Não posso crer que me ame, ampute-me um membro... arranque-me a vida, mas não me tire o que tenho de mais valioso. Não aceito, Deus.. Me escuta? Não aceito." Foram as últimas palavras que disse, antes de sentar-me novamente ao lado do meu filho e esperar pelo pior. Não comia, não dormia, não orava, nem clamava a Deus. Durante 2 dias e duas noites. Até que cochilei, e quando acordei, meu filho estava de olhos abertos, voltava do coma... No mesmo momento sentia o espirito voltar dentro de mim. Chamei aos medicos. Pediram que eu saisse. Nesse mesmo dia a tarde ele já estava no quarto. A vida retornara ao meu corpo. Falava do amor de Deus com mais fé! Achava que o que Deus fez-me passar, era para fortalecer-me na sua presença. O que de fato aconteceu. Os anos foram passando, e eu cada vez mais agradecida a Deus, pois depois desse episodio, notava que meu filho nunca pegava as doenças normais de uma criança. Uma epidemia de caxumba..ele não pegou, de sarampo, nem passou perto... Nunca mais ele teve nem febre! Como deus era bom! Não tive mais filhos, nunca evitei, mas Deus não permitiu que tivesse outro. Pensei que aquele era o meu anjo e me bastava. Quando meu filho completou 14 anos, meu marido teve um enfarto fulminante! Fiquei viúva... Mas ele sempre dizia que se Deus o levasse para o descanso eterno, ele iria feliz, pois constituiu uma familia cristã e de boas obras. A partir dali, tudo mudou... Meu filho não queria mais saber de ir a escola dominical, não queria mais acompanhar-me nos cultos, não cantava mais no coral... Desistiu de aprender a música. Na escola, sempre tinha sido o melhor aluno, e passou a ser o pior. Eu não o controlava mais! Havia se metido com más companhias. Já frequentava bares e festas, além de beber, fumar e usar drogas. Não acreditava naquilo! Porquê, onde eu errei?.. Pensei que a morte do pai o havia afetado, e fui muito maleável por diversas vezes, reconheço. No dia do aniversário dele de 15 anos, chamei a mocidade da igreja, para tentar comovê-lo e trazê-lo de volta aos braços de Deus. O que veio foi um telefonema; meu filho estava preso! Tentativa de homicidio, porte ilegal de arma, posse de droga... Quanta vergonha! Corri na delegacia, assinei os papéis, nunca antes havia nem passado em frente de uma delegacia. Chorando, em casa , perguntava o que estava acontecendo. O que havia de errado. porque ele fazia aquilo comigo. Ele ouvia-me sem sombra de arrependimento ou o minimo de pena, completamente drogado. Passou a fazer pequenos furtos dentro de casa, e até minha pensão uma vez ele roubou toda para droga. Era maconha, cocaína e por fim, heroína. Tentei interna-lo mas ele fugia. Passava noites inteiras atras dele. Quantas vezes vindo da igreja, a minha espera um carro de polícia na minha porta. Por causa das drogas passou a agredir-me. Fisicamente. Tinha medo do meu próprio filho!!! Aos 19 anos, ele foi preso. Minha dor era infinita. Fui chorar aos pés do senhor. Como Deus? Como e porquê? O que Deus estava requerendo de mim? Dormia assustada, pois sempre que ia visitá-lo dizia; "em breve vou fugir, prepare sempre a porta aberta..." Numa noite, ja tomando calmantes e em profunda depressão, adormeci chorando como sempre perguntando a Deus PORQUÊ, porque não me ama?!? Foi quando tive um sonho ou uma revelação... O senhor me respondeu! Ouvia sua voz meiga e mansa em meu ouvido, e dizia: " Filha...eu te amo! Sempre te amei. Vi com orgulho, quando na sua meninice pregava meu evangelho. Vi com que retidão me serviu. Oh! Filha obediente... Quantas vezes levaste luz nas trevas em meu nome? Mas um dia, filha, dei-te um filho. Não pra ser idolatrado! Avisei-te filha minha, que seu amor iria ser testado. Mas, senti que te perderia. Que se desviaria. Tentei fazer minha vontade na sua vida. Seu esposo, eu recolhi para o sono dos justos, pois ele foi como Abraão. Sabia que teria algo melhor reservado. Que a recompensa por servir-me, viria. Mas tu filha, nunca entendeste. Eu apenas concedi o desejo do seu coração. Querias teu filho contigo custasse o que custasse. Seu esposo, veio para meu reino orgulhoso por fazer minha vontade. E tu, pediste-me pela vida do teu filho. E passado um tempo, ouvi-te pedir pela morte desse mesmo filho. Mas hoje, filha, concedendo sua vontade, ele não é meu. Ele é seu. O que faço apenas, é dar-te força para suportar o caminho que tu escolheste. Mas o meu amor é o mesmo por ti..."
Ela levantou-se, enxugou as lágrimas e foi embora. Fiquei ali, refletindo sobre aquilo. Mas somente ontem, essa historia voltou a minha mente. Deus é infinito em misericórdia, mesmo. Reflitam. Jinhussssss...E hoje, vai para minha mais nova amiga Laís! Meu anjo...

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