sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Padrão de beleza feminino


Fui para casa ontem com uma historia a acompanhar-me. Uma amiga, daquelas que crescem com a gente, com mais uma história d'entre a multidão... Ela havia tirado ao roupa para seu parceiro, ou ele a tinha visto sem roupa, apenas uma lingerie, daquelas confortáveis que usa-se no dia a dia. Ele riu-se, a dizer que havia tecido demais. Passado um tempo, ele mandou pra ela (via msn, orkut, sei la o que...) uma hipopótama nua a dançar. Ela sem graça disse a ele que agradecia a analogia, ele a fartar-se de rir, com a sutileza de um elefante numa loja de cristal, respondeu que foi um engano. Ora, se foi por engano ou não, a sutileza do elefante na loja de cristais era a mesma. Olhava-me profundamente, eu já sabia, e por um tempo temi o que vinha a seguir...afinal, aqueles que me conhecem sempre digo "se não quer uma opinião sincera, deixe-me quieta!" Como disse, ela cresceu comigo, sabia muito bem o quanto eu várias vezes com minha sinceridade, havia até mesmo a magoado. Mas ela arriscou assim mesmo, e perguntou se eu achava que ela estava feia, gorda, não provocava mais tesão... A princípio preocupei-me com a resposta, mas depois comecei a analisa-la... De fato, não era alta e magra para ser uma modelo, não era do tipo 'gostosona' para dançar num grupo de axé: sem pernão, sem bundão, sem barriga tanquinho, sem silicone... Lembrei-me dela na adolescencia... não contive um riso!.. sabia que tava sendo cruel, mas ela ainda esperava pacientemente pela conclusão da minha análise. Na adolescencia tinha aquele corpo de moleca, os olhos bobos quase ingenua, um cabelinho repicado estilo 'la menudo'... Era uma das mais bonitas da classe, mais nunca se deu conta disso... Mas ali a minha frente eu via: Uma mulher, balzaquiana, com os seios não tão empinados, porém ainda podia dar-se o luxo de usar roupas sem soutiã e sem ser ridícula, uma barriga de gravidez anterior, mas nada que se acentuasse tanto. Talvez o que lhe faltava era um pouco de cintura, um quadril que acompanhava umas coxas bem torneadas, a bunda não muito avantajada nem durinha( mas aos homens de plantão, isso ocorre pela lei da gravidade que funciona a todos, incluindo eles)!!! Um rosto nada delicado, um formato meio androógeno, uma boca com sorriso sincero e fácil... Lindos cabelos de cor natural que completava como uma moldura a beleza única daquela mulher, mas o que impressionava eram os olhos!.. Quanta maturidade! Quanta segurança! Uma linda janela para um espirito de uma mulher guerreira que eu acompanhei em tantas batalhas, quantas vezes vi dali rolarem lágrimas que a fizeram felizes ou mais calejada.
Não poderia mentir, ela nem esperava o contrário e disse que ela não era bonita. Ela era um espetáculo, pois era única, ímpar. Que tecidos a mais ou a menos, não tiravam de forma alguma aquilo que ela tinha de mais maravilhoso, sua essência!.. Mas é inevitável, quem é mulher sabe disso, ao chegar em casa, fui procurar um amigo (Talvez apenas um colega, pois muitas vezes não gostava muito do que via nele) mas ainda assim fui ter com ele. Despi-me e fiquei frente a frente com ele, a espera do que ele me mostraria... Sim, O ESPELHO!! Será que eu também não saberia mais seduzir um homem? Ele me mostrava que não tinha o corpo que eu gostaria, as medidas que me satisfariam, porém, mostrou-me UMA PERFEIÇÃO. Um ser humano perfeito, que tinha membros e articulações funcionais. Não me encaixava em padrão nenhum. Eu sou Eu, e cada vez mais EU!!! Com que orgulho olhava para o meu EU. E lembrei-me de um pensamento que sempre carreguei comigo e repeti a imagem refletida no espelho: "Garota, seja pouco, mas seja você. Se um dia esse 'pouco' não satisfazer alguém, não mude. Esse alguém não basta para você!..." Fui deitar-me feliz com minha conclusão e minha íntima amiga a concordar comigo e fortalecer minha certeza... Minha insonia!.. JINHUSSSS

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